segunda-feira, 29 de julho de 2013

REABILITAR A POLÍTICA É O DESAFIO DE TODOS

Hoje não professo nenhuma religião, mas não significa que não tenha respeito e admiração por todos aqueles que fazem da crença religiosa um estilo e um modo de viver em comunidade. Admiro todos os religiosos, indistintamente, que pregam a paz, o amor, concórdia e exercitam a generosidade e solidariedade nas suas relações sociais e humanas, independentemente do credo religioso a que estejam vinculados.

Nunca estou alheio as notícias sobre os eventos religiosos que mobilizam comunidades e pessoas pelo Brasil afora. Anteriormente já havia acompanhado as manifestações dos evangélicos ocorridas em São Paulo e Rio de Janeiro, nos limites das coberturas midiáticas a que tive acesso.

Recentemente um canal de televisão especializado em notícias, que assisto com frequência, dedicou sua programação quase que exclusivamente à cobertura da visita do papa Francisco ao Brasil. Quedei-me frente ao televisor por longo tempo tentando entender e compreender as razões que levavam pessoas de todas as idades acorrerem às ruas e acolherem com tanto fervor e alegria o homem que ali simbolizava, na figura do papa Francisco, a chefia da Igreja Católica Romana. Confesso que em muitos momentos as demonstrações recíprocas de afeto e carinho visualizadas na imagens televisivas me comoveram, pois transparecia haver sinceridade na explicitação dos sentimentos de ambas as partes.

Ouvi muitos discursos e homilias do papa, observei seus gestos e atitudes em muitos momentos e a sensação que ficou é de que a sua singeleza e simplicidade que se repetiam em todos os atos eram absolutamente coerentes com a pregação que fazia. Talvez residam aí as motivações para que três milhões de pessoas estivessem reunidas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para celebrarem com ele a exaltação da fé religiosa.

Recolho dos seus discursos e homilias uma frase que, a meu juízo, deve marcar quem professa ou não qualquer credo religioso, pela oportunidade e realidade percebida e apontada pelo Pontífice da Igreja Católica - O futuro exige a tarefa de reabilitar a política, uma das formas mais altas de caridade.

Fala-se insistentemente em reforma política, especialmente pelo parlamentares do Congresso nacional e pela senhora presidente da República, e penso que ela é necessária para reordenador os métodos de escolha dos representantes políticos e dirigentes governamentais. Mas, antes da reforma há que se reabilitar a política como instrumento de construção do bem comum no seio da sociedade brasileira. Reabilitar a imagem, o conceito e os procedimentos dos políticos como agentes executores dos processos de decisão. Reabilitar as práticas de gestão para assegurar a correta e prioritária aplicação dos recursos públicos, com a rigorosa observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência que disciplinam a gestão pública. 

Entendo que a mãe da reforma política cantada em verso e prosa por muitos partidos é a reabilitação da política no Brasil.

REABILITAR JÁ!!!

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