sexta-feira, 3 de maio de 2013

REFLEXÕES ELEITORAIS

A eleição de 2014 antecipou o seu calendário de campanha para 2013, por iniciativa do ex-presidente Lula, que pretende reeleger Dilma e também escolher os candidatos aos governos estaduais, especialmente em São Paulo, onde o PT jamais ganhou uma eleição estadual.

Esse açodamento do petismo/lulismo acabou por forçar os demais partidos a reavaliarem suas posições políticas e eleitorais no cenário nacional e nos estados, com graves prejuízos às ações e gestões de governo nos estados e no governo federal. Os projetos eleitorais estão à frente dos programas sociais e econômicos de interesse da população.

No Brasil os palanques para as eleições nacionais estão praticamente definidos o PT-PMDB com Dilma, PSDB com Aécio Neves, PSB com Eduardo Campos e ainda há possibilidade de Marina Silva ser candidata, caso conseguir fundar um novo partido. A grande disputa que se trava neste momento é conquistar o apoio das demais legendas, com ou sem representação no Congresso, para somar mais espaço nos programas de rádio e televisão.

Rio Grande do Sul já se sabe que Tarso Genro, do PT, concorre à reeleição, mas ainda sem a definição do partido que indicará o seu vice. Dificilmente o atual vice, do PSB, permanecerá. Do PDT ou PTB, um deles com grandes possibilidades de indicar o vice de Genro.

O PP deverá indicar a senadora Ana Amélia para o governo do Estado e muito provavelmente terá o apoio do PSDB, por uma razão muito simples, o seu suplente, José Alberto Wenzel do PSDB, assumiria a vaga no Senado em caso de vitória de Ana Amélia. Além disso, a aliança, PP-PSDB, seria muito importante para garantir um palanque forte para Aécio Neves aqui no Estado.

Há, ainda, um outro personagem neste cenário eleitoral, o PMDB, que embora aliado do PT no governo federal e no projeto de reeleição de Dilma, não reproduzirá essa aliança no Estado, pois poderá indicar candidato ao governo. Poderá ser em coligação com o PDT, reproduzindo as alianças municipais vitoriosas em Caxias do Sul e Porto Alegre, em 2012. Na impossibilidade de compor com o PDT, restaria ao PMDB integrar a chapa majoritária liderada pelo PP de Ana Amélia.

A grande incógnita é o PSB que tem um forte candidato presidencial, mas não tem a mesma expressão eleitoral no Rio Grande do Sul. Terá candidato próprio? Permanecerá no espectro do PT no Estado? Comporá na majoritária com o PMDB? Ou celebrará uma coligação com o PP para formar o palanque de Eduardo Campos no Rio Grande do Sul? O PP tem a singular oportunidade de escolher a aliança que mais lhe convenha, Dilma, Aécio ou Campos.

Nunca imaginei que o PP, partido sucedâneo da ARENA, sob a égide do regime democrático, pudesse ser tão flexível ideologicamente em suas alianças partidárias no Rio Grande do Sul e no Brasil.

Diante desse quadro, onde há mais certezas do que indefinições, eu apenas sei em quem não voto.

3 comentários:

Lucas disse...

Existe um erro de análise que se não é casuística é fruto de desinformação, a largada para a campanha de 2014 foi dada por FHC no dia 3/12/12 em encontro do partido onde participaram prefeitos eleitos e lideres do PSDB. Ali e por FHC foi lançado o nome de Aécio e deu-se início a campanha.
Dentre outros fatores um omitido também é como se comportará o eleitor paulista que mantém uma posição pró Serra e contrária a Aécio, ou seja (Paulistas x Mineiros ) também caso Serra desembarque do partido subindo no palanque de Campos parte da força do PSDB esvai-se.
Não deixa de ser curioso ver velhos direitistas torcendo por Campos, neto de Arraes com origem de esquerda, mas afinal quem não tem cão, caça como gato.
Na antecipação da campanha quem mais perde é Dilma, pois sabemos que qualquer programa, obra ou projeto será taxado de eleitoreiro e casuístico, qualquer deslize será explorado pela oposição.
No RS após o ex-deputado federal Cláudio Diaz e trupe terem se transferido para o PP não se tome como surpresa se um peixe mais graúdo e pescoçudo vier também a pular de barco, afinal alianças não me surpreendem e diante desse quadro tenho uma certeza; continuarei votando como sempre votei.

vulmarleite@gmail.com disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
vulmarleite@gmail.com disse...

Prezado Lucas!
Obrigado pelo teu comentário, ele engrandece minhas modestas reflexões sobre o tema em pauta. Mas atribuir ao ex-presidente Fernando Henrique a abertura da campanha eleitoral de 2014 é forçar a mão. O fato de lançar o nome de Aécio Neves numa convenção partidária, não tem o menor significado eleitoral, pois qualquer partido que se preze tem que discutir internamente seus possíveis candidatos. Diferentemente de quem tem um mandato executivo e pretende concorrer à reeleição que, legalmente, deve respeitar os prazos estabelecidos pela legislação eleitoral. O PT ao comemorar os dez anos de participação no Governo Federal (dois anos com o PMDB) em múltiplos eventos, com as participações ostensivas da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, sempre lançada e tratada como candidata à reeleição, na minha opinião, extrapolou os limites estabelecidos pela legislação eleitoral. Não é verdade?
Quanto ao futuro político de José Serra, apenas sei o que leio na mídia, apesar de que, no seu blog, não há nenhuma sinalização de que possa mudar de partido. As migrações partidárias, infelizmente, são questões recorrentes em todos os partidos. Já sobre adesão de lideranças, ditas de direita, à candidatura de Eduardo Campos, PSB, a mim parece que não difere das adesões à Dilma-Temer e dos outros possíveis candidatos. A direita, astuciosamente, sempre fica dividida no apoio aos futuros presidenciáveis. Vejamos: Sarney (PMDB), Collor (PTB), Henrique Meirelles (PMDB), Maluf (PP), Kassab (PSD) entre outros, apoiam a coligação do PT com o PMDB. E os outros possíveis candidatos? Quais as correntes ideológicas irão apoiá-los? Sinceramente, não sei quais os partidos que vão se coligar com o PSDB de Aécio, PSB de Eduardo Campos e a Rede de Marina Silva.
Um forte Abraço, amigo Lucas.