sábado, 11 de fevereiro de 2012

Leopoldo Rassier - Segredos do Meu Cambicho

EU PRIVATIZEI, TU PRIVATIZASTE, NÓS PRIVATIZAMOS


‘Privatização está de volta à agenda do País’

Glauber Gonçalves, de O Estado de S.Paulo

RIO - Em contraste com o que o PT defendia nos anos 90, o governo Dilma privatizou ontem três dos mais importantes aeroportos do País. Para o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, o leilão nada mais é do que o retorno das privatizações no País, política que foi alvo de críticas petistas na gestão de FHC e nas campanhas presidenciais que se seguiram.
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique, ele critica o modelo adotado agora, em especial a manutenção da Infraero no capital dos aeroportos concedidos.
Em entrevista ao Estado, Mendonça de Barros rebate o argumento do governo de que a presença da estatal tem o objetivo de obter dividendos para investir nos outros aeroportos. Para ele, esses recursos poderiam vir do valor pago pelas concessionárias ao governo, que seriam maiores se a estatal não permanecesse no negócio.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
Como o senhor vê o modelo adotado para a concessão dos aeroportos?
Dada a posição ideológica do PT contra as privatizações, o modelo me parece razoável e eficiente. Não é meu modelo ideal, mas o mais importante desse leilão é que ele marca a volta da privatização como instrumento legítimo e eficiente para aumentar os investimentos na infraestrutura. Depois de mais de oito anos sistematicamente colocado no limbo por questões políticas e ideológicas, a parceria entre governo, via agências reguladoras, e setor privado volta à agenda do País.
No que esse modelo difere daqueles do governo FHC?
A menos da participação da Infraero - uma verdadeira jabuticaba criada pelo PT para tentar diferenciar o modelo de agora dos adotados no período FHC -, a lógica intrínseca dos contratos de concessão é a mesma: um grupo privado, explorando os serviços comercialmente segundo seus objetivos de eficiência e lucratividade, mas balizado por regras estabelecidas pela Anac. Na sua função de agência reguladora é ela que estabelece as regras de defesa do cidadão consumidor e fiscaliza a qualidade e economicidade dos serviços prestados.
O apetite dos investidores está maior agora que naquela época?
Sim, pois o Brasil é hoje uma economia mais estável - inclusive em termos políticos pela nova postura do PT - e com uma economia que encontrou nova dinâmica a partir do surgimento da China como grande potência econômica. Nossas reservas externas são substanciais, o que faz com que nossa moeda seja uma das mais fortes do mundo emergente. Além disso, a crise nos Estados Unidos e na Europa faz dos países como o Brasil um dos polos mais dinâmicos na próxima década.
Na sua avaliação, a Infraero deveria continuar com a fatia de 49% nos aeroportos concedidos?
Não acho esta questão relevante, embora para mim ela não faça sentido, pois é a Anac que tem a responsabilidade de regular e fiscalizar esse setor. O argumento de usar parte dos lucros nos aeroportos privatizados para financiar suas atividades nos aeroportos deficitários não faz sentido, pois estes recursos deveriam vir do pagamento das concessões. É preciso entender que os preços pagos pelo setor privado nos leilões já levam em conta que apenas 51% dos lucros serão apropriados por eles. Se não houvesse esta imposição, os ganhos seriam mais elevados via maior pagamento pelas concessões e mais que compensariam financeiramente a não participação da Infraero.
A vitória dos fundos de pensão de estatais em Guarulhos significa que o governo continuará com forte influência sobre a gestão desse aeroporto?
Os fundos de pensão públicos são grandes investidores institucionais no Brasil e, principalmente agora que os juros reais no Brasil estão se reduzindo, têm todo o direito de buscar alternativas de investimento.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

DE CERVEJAS E VINHOS

O site Revoada Net publica uma lista com 10 fatos interessantes sobre duas bebidas alcoólicas, cerveja e vinho, mais consumidas no mundo. Apesar de "chamadas de muitas coisas: deliciosas, sagradas, profanas, viciantes e assim por diante", não há dúvidas de que são duas das mais amadas invenções da humanidade.
Saiba sobre os seus benefícios, países produtores, maiores consumidores, denominações, excentricidades, etc., acessando: http://revoada.net/10-fatos-interessantes-sobre-cerveja-e-vinho

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Consumo de açúcar deve ser regulado, afirmam cientistas


Novo estudo indica que os efeitos danosos do açúcar no organismo são semelhantes aos promovidos pelo álcool; diabetes está entre as doenças que mais causam mortes. 

Doenças infecciosas foram ultrapassadas, pela primeira vez na história, por doenças não infecciosas. De acordo com as Nações Unidas, doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e problemas no coração são responsáveis por cerca de 35 milhões de mortes ao ano.

Em comentário publicado na edição desta quinta-feira, 2, da revista Nature, três cientistas da Universidade da Califórnia em San Francisco destacam outro responsável pela mudança na saúde pública mundial, além do cigarro e do álcool: o açúcar.

Os autores afirmam que os efeitos danosos do açúcar no organismo humano são semelhantes aos promovidos pelo álcool e que seu consumo também deveria ser regulado.
O consumo mundial de açúcar, apontam, triplicou nos últimos 50 anos. E, apesar de os Estados Unidos liderarem o ranking mundial do consumo per capita do produto, o problema não se restringe a esse ou a outros países desenvolvidos.
“Todo país que adotou uma dieta ocidental, dominada por alimentos de baixo custo e altamente processados, teve um aumento em suas taxas de obesidade e de doenças relacionadas a esse problema. Há hoje 30% mais pessoas obesas do que desnutridas”, destacaram os autores.
Mas eles destacam que a obesidade não é o principal problema neste caso. “Muitos acham que a obesidade está na raiz de todas essas doenças, mas 20% das pessoas obesas têm metabolismo normal e terão uma expectativa de vida também normal. Ao mesmo tempo, cerca de 40% das pessoas com pesos considerados normais desenvolverão doenças no coração e no fígado, diabetes e hipertensão”, disseram. Eles destacam que a disfunção metabólica é mais prevalente do que a obesidade.
No fim das contas, o problema é maior nos países menos ricos. Segundo o estudo, 80% das mortes devidas a doenças não transmissíveis ocorrem nos países de rendas média ou baixa.
De acordo com os autores do artigo, o cenário chegou a tal ponto que os países deveriam começar a controlar o consumo de açúcar. A regulação poderia incluir, sugerem, a taxação de produtos industrializados açucarados, a limitação da venda de tais produtos em escolas e a definição de uma idade mínima para a compra de refrigerantes.
Mas, diferentemente do álcool ou do cigarro, que são produtos consumíveis não essenciais, o açúcar está em alimentos, o que dificulta a sua regulação. “Regular o consumo de açúcar não será fácil, especialmente nos ‘mercados emergentes’ de países em desenvolvimento, nos quais refrigerantes são frequentemente mais baratos do que leite ou mesmo água”, destacaram.
O comentário The toxic truth about sugar, de Robert H. Lustig, Laura A. Schmidt e Claire D. Brindis, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com. 

Fonte: http://www.estadao.com.br - Agência Fapesp

02 de fevereiro de 2012 | 15h 39